quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Fragmentos (uma canção para Mônica) ( pauloPioner)

não, cara amiga...
O Amor realmente não existe...ainda.
Falo dO Amor substantivo,
do Amor pleno,
despido de tudo quanto é...
mesquinhamente humano.
o "amor" que nos é dado conhecer,
na verdade, são fragmentos,
do que é O Amor.
uma amostra mínima,
do que realmente poderá vir a ser,
são afetos, carinhos, amizades,
paixões, devoções, idolatrias,
porém, todos contaminados com nossas falhas,
com nossas fraquezas,
nossas idiossincrasias,
(mas ainda assim importantes)
O Amor na realidade
é incondicional,
nada o pode arranhar,
na medida em que,
venha a existir plenamente.
Só que enquanto houver
mulheres marginalizadas,
crianças chorando de fome,
homens matando homens,
matas sendo queimadas,
animais sendo extinguidos,
se torna impossível,
a existência dO Amor,
pois ele esta repartido em fragmentos,
que habitam...
cada grão de areia,
cada pedra,
cada inseto,
cada folha,
cada gota de chuva,
cada brisa que sopra,
cada canto de pássaro,
cada grito de criança,
cada acorde que soa,
cada voz que canta,
cada olhar triste,
cada beijo,
cada pensamento,
e tudo mais quanto possa existir,
e ele existirá plenamente,
quando houver a comunhão,
de todos estes elementos,
em que cada humano,
reconhecer no outro humano,
no grão de areia,
na pedra,
no inseto,
na folha,
na chuva,
na brisa,
no canto do pássaro,
no grito da criança,
nos acordes,
nas vozes,
nos olhares,
nos beijos,
nos pensamentos...
um igual,
um igual em importância,
para a grande comunhão da vida....
Mas se ele existe em cada elemento
e cada elemento também,
por sua vez,
também existe,
entao existe O Amor, dirás.
e eu te repondo...sim
potencialmente sim,
nada do que não exista,
um dia existirá,
nada do que existiu deixará de existir,
mas só poderemos beber desta água ,
da mais profunda pureza,
quando soubermos merece-la,
só isso

primeira <> última
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Um comentário:

Monica disse...

Paulo, querido,
Relendo o poema Fragmentos, hoje percebo com mais clareza o quanto ele é verdadeiro. Realmente, poeta, temos fragmentos do amor. Tentamos por vezes refazer o que desfizemos ou amar em parte, recuando diante das mudanças que na maioria das vezes precisamos promover em nós mesmos. Mas amor é envolvente....como diz a canção do Renato Russo.....É só o amor, é só o amor que conhece o que é verdade...agora vejo em parte, mas então veremos face a face...

um grande abraço!

Mônica