terça-feira, 9 de outubro de 2007

Como a manhã (paulopioner)

e era assim,
linda como uma manhã primaveril
e florescia com mil flores
de tantas e tantas cores,
eram cores inimaginadas,
de tons inverossímeis,
eram toda a loucura
de dançar entre as cores
que eram por si só, a nova manhã
reinventando a vida,
olhando os exércitos inimigos
caindo um a um
na luta contra o amor
e renascendo em outras formas,
pois que o amor não destrói,
apenas transforma,
tudo que parecia perdido
em um novo sonho,
sempre e sempre novo
como cada alvorescer,
cada nascer e renascer,
ressurgir, refazer,
na refazenda de Gil
que canta por prazer de cantar,
ofício e sacerdócio,
pela cultivo do ócio,
bendita e santa preguiça
e teu olhar,
por cima de tudo,
como a verde mata,
desata em um vôo sem rumo,
sem prumo,
mas tanto faz,
pois eu, doido de felicidade
fui folha e serei a nuvem sobre a cidade,
para ora te fazer sombra,
ora te molhar de chuva
e depois, em indo embora,
te deixar o sol por companhia,
o sol que também é uma estrela,
uma estrela no dia

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