domingo, 3 de fevereiro de 2008

Meia Noite

buzinas...quisera ouvir teu canto
ruidos... quisera cantar contigo
palavras...quisera dizer verdades
luzes...quisera sorrir contigo
explosões...quisera andar tranquilo
sorrisos...quisera amar contigo
cervejas...quisera falar bobagens
silêncio...quisera dar muito mais
mas agora tudo é solidão
e toda minha tristeza vem de saber
que a meia noite é assim
como a partida de quem nunca chegou
ou o adeus de quem sempre estará aqui
porque é uma longa história
porque é uma serpente infinita
deslizando, passando por nós
porque é tudo, uma única existência
dividem, parcelam, distribuem
míseras partes para cada um de nós
e o que nos importa isso
se não há maneira de quebrar o tempo
esses números, essas datas
pra mim são pura encenação
mesmo assim
escrevo umas palavras esparsas
nos primeiros minutos de algum novo ano
nem esperança
nem descrença total
apenas continuação
longa como uma mão estendida

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