muito embora toda opressão
um povo vai pela estrada
transformando fronteiras
em porteiras escancaradas
apesar de toda convenção
um povo atravessa pontes
desconhecendo bandeiras
no rumo dos horizontes
mesmo com toda hipocrisia
um povo invade a cidade
descalço e sem compromisso
a não ser com a verdade
por mais correntes que existam
um povo prossegue livre
e por mais que o tentem negar
ele persiste, avança e vive
a despeito de tudo e todo não
este povo resiste criança
pois ele é simplesmente
a nossa própria esperança
sábado, 17 de novembro de 2007
Praça de Flores
Daquela praça lembrança
o gosto do sorriso,
úmido de sereno
nossas vozes eram labaredas
consumindo toda tristeza
um clarão vertia do coração
coisa furiosa,
brincadeira de criança
era beija flor voando pra lua
acordes de acordar a noite
e do meio dessa noite
brotava a certeza
irresistível do amanhã
e no clamor da multidão
ouvia-se claramente
a voz de deus
o gosto do sorriso,
úmido de sereno
nossas vozes eram labaredas
consumindo toda tristeza
um clarão vertia do coração
coisa furiosa,
brincadeira de criança
era beija flor voando pra lua
acordes de acordar a noite
e do meio dessa noite
brotava a certeza
irresistível do amanhã
e no clamor da multidão
ouvia-se claramente
a voz de deus
Vira o cocho
Um dia, no antes, era um homem
arava a terra, plantava semente
com suor regava a vida
que a terra fértil devolvia
florescia e frutificava
mas a ilusão arrastou
o campeiro pra cidade
tanta luz e maravilhas
onde mora a felicidade
um dia, no agora, é boi de canga
prepara massa, senta tijolo
mas o asfalto duro e seco
não devolve o seu suor
tampouco concreto da flor
a miséria acorrentou
o campeiro na cidade
tanta iluminada armadilha
onde mora a falsidade
devora seus dias
em pratos feitos
como tanta injustiça
pode caber num peito
esmaga seus sonhos
na condução cheia
agora em vez de sangue
cachaça corre na veia
um dia, no depois, nunca soube
que o melhor será sempre amanhã
um dia, no depois, soube sempre
que amanhã nunca será melhor
Oô, Vira o cocho
onde te servem os restos
Eê, vira o cocho
pra ser homem novamente
Oô, vira o cocho
onde te deixam a esmola
Eê, vira o cocho
pro povo voltar a ser gente
arava a terra, plantava semente
com suor regava a vida
que a terra fértil devolvia
florescia e frutificava
mas a ilusão arrastou
o campeiro pra cidade
tanta luz e maravilhas
onde mora a felicidade
um dia, no agora, é boi de canga
prepara massa, senta tijolo
mas o asfalto duro e seco
não devolve o seu suor
tampouco concreto da flor
a miséria acorrentou
o campeiro na cidade
tanta iluminada armadilha
onde mora a falsidade
devora seus dias
em pratos feitos
como tanta injustiça
pode caber num peito
esmaga seus sonhos
na condução cheia
agora em vez de sangue
cachaça corre na veia
um dia, no depois, nunca soube
que o melhor será sempre amanhã
um dia, no depois, soube sempre
que amanhã nunca será melhor
Oô, Vira o cocho
onde te servem os restos
Eê, vira o cocho
pra ser homem novamente
Oô, vira o cocho
onde te deixam a esmola
Eê, vira o cocho
pro povo voltar a ser gente
Alimento
Eu alimento a esperança
com toda raiva do peito
mas deles não quero vingança
apenas o que me é de direito
só quando as asas aguentam
a barra do primeiro vôo
é que os poderosos atentam
para o perigo que sou
somente com poesia liberta
se pode falar a verdade
só a palavra franca e aberta
arrisca pregar liberdade
hoje co'as janelas trancadas
pro campo verde florido
as idéias próprias decepadas
e o coração calado e doído
eu alimento a esperança
com toda raiva do peito
mas deles não quero vingança
apenas o que me é de direito
com toda raiva do peito
mas deles não quero vingança
apenas o que me é de direito
só quando as asas aguentam
a barra do primeiro vôo
é que os poderosos atentam
para o perigo que sou
somente com poesia liberta
se pode falar a verdade
só a palavra franca e aberta
arrisca pregar liberdade
hoje co'as janelas trancadas
pro campo verde florido
as idéias próprias decepadas
e o coração calado e doído
eu alimento a esperança
com toda raiva do peito
mas deles não quero vingança
apenas o que me é de direito
Outro dia
Outro dia arrebenta no asfalto
outro corpo boia no charco
mas o dia que não nasceu
ameaça cada vez mais
alçar vôo do túmulo do breu
e lançar afiados punhais
outro corpo boia no asfalto
outro dia arrebenta no charco
navega inchado o poeta maldito
o canto calado, o verso banido
lateja na consciência o escrito
e ecoa pra sempre o ganido
outro corpo boia no charco
mas o dia que não nasceu
ameaça cada vez mais
alçar vôo do túmulo do breu
e lançar afiados punhais
outro corpo boia no asfalto
outro dia arrebenta no charco
navega inchado o poeta maldito
o canto calado, o verso banido
lateja na consciência o escrito
e ecoa pra sempre o ganido
Canção para quem vai
Vá e seja feliz
faz o teu caminho
atras do teu próprio nariz
sabes que não estas sózinho
haveremos de encontrar a paz
va e seja feliz
constrói o teu ninho
planta bem fundo a raiz
rega com amor e carinho
sabemo o bem que faz
cada um de nós
segue rumos diferentes
levados pela ânsia feroz
de encontrarmos nossa gente
faz o teu caminho
atras do teu próprio nariz
sabes que não estas sózinho
haveremos de encontrar a paz
va e seja feliz
constrói o teu ninho
planta bem fundo a raiz
rega com amor e carinho
sabemo o bem que faz
cada um de nós
segue rumos diferentes
levados pela ânsia feroz
de encontrarmos nossa gente
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Esperança
É caminhar na escuridão
neste passo embriagado
carregados pela mão
de um carrasco mascarado
É numa cela escura
acreditar ainda na luz
é credo de alma pura
é a fé que nos conduz
Um dia, talvez não longe
se abrirão todas janelas
pra terra não sei bem onde
que é o rumo destas velas
Um dia sem mais ausências
e nenhuma pessoa sem rosto
da revolta das consciências
a tudo que foi imposto
É caminhar na escuridão
neste passo embriagado
carregados pela mão
de um carrasco mascarado
É numa cela escura
acreditar ainda na luz
é credo de alma pura
é a fé que nos conduz
Um dia, talvez não longe
se abrirão todas janelas
pra terra não sei bem onde
que é o rumo destas velas
Um dia sem mais ausências
e nenhuma pessoa sem rosto
da revolta das consciências
a tudo que foi imposto
Dinheiro
Eu sei que há muito
há muito pra ser feito
sei também que há tanto
guardado neste peito
eu sei, só faço perguntas
causando sempre confusão
mas afinal quem vai
revolver o caldeirão
é preciso conhecer
o outro lado do muro
o outro lado de sí
pra não morrer no escuro
eu sei, só faço perguntas
embaraçando a situação
mas afinal quem vai
ascender a escuridão
eu não tenho compromissos
a não ser com o coração
que é um louco varrido
inventor desta canção
Eu sei que há muito
há muito pra ser feito
sei também que há tanto
guardado neste peito
eu sei, só faço perguntas
causando sempre confusão
mas afinal quem vai
revolver o caldeirão
é preciso conhecer
o outro lado do muro
o outro lado de sí
pra não morrer no escuro
eu sei, só faço perguntas
embaraçando a situação
mas afinal quem vai
ascender a escuridão
eu não tenho compromissos
a não ser com o coração
que é um louco varrido
inventor desta canção
Atalhos, ruas, estradas
não nasceu, surgiu
por acaso
pequeno, estreito e seguiu
levando a algum lugar
cresceu, não como gente
alargou-se, alongou-se
assim, feito serpente
levando a algum lugar
mas maior, muito maior
muito mais do que antes
de asfalto vestiu-se
levando a terras distantes
Alastrou-se, rasgou o chão
deixando no solo um retalho
muito tempo se passou
os tempos de um simples atalho
não nasceu, surgiu
por acaso
pequeno, estreito e seguiu
levando a algum lugar
cresceu, não como gente
alargou-se, alongou-se
assim, feito serpente
levando a algum lugar
mas maior, muito maior
muito mais do que antes
de asfalto vestiu-se
levando a terras distantes
Alastrou-se, rasgou o chão
deixando no solo um retalho
muito tempo se passou
os tempos de um simples atalho
Impactos subjetivos do calcanhar de Aquiles
Um tablete de margarina derretia
enquanto as moscas passeavam no corredor do manicômio
e os doentes cantavam parabéns ao fogareiro
Um morimbundo subia nos postes
para conversar com os grilos
que haviam morrido de hepatite
A casa verde amadureceu
porque o cachorro da vizinha
migrou para o sul
com os vagalumes
O pneu do carro rodava tranquilo
até avistar uma chicara de chá
em cima de um viaduto
com um morcego na orelha
Além dos postes
existem sempre outros
só que ao contrário
ou não?
se disseres sim
saberei que "sim"
significa:
moscas verdes não comem alpíste!
Mnhã do meio sol
Quando se abre a porta do refrigerador
sempre ve-se o sol nascendo
por detrás das espigas de milho
e os insetos comendo caviar
Um tablete de margarina derretia
enquanto as moscas passeavam no corredor do manicômio
e os doentes cantavam parabéns ao fogareiro
Um morimbundo subia nos postes
para conversar com os grilos
que haviam morrido de hepatite
A casa verde amadureceu
porque o cachorro da vizinha
migrou para o sul
com os vagalumes
O pneu do carro rodava tranquilo
até avistar uma chicara de chá
em cima de um viaduto
com um morcego na orelha
Além dos postes
existem sempre outros
só que ao contrário
ou não?
se disseres sim
saberei que "sim"
significa:
moscas verdes não comem alpíste!
Mnhã do meio sol
Quando se abre a porta do refrigerador
sempre ve-se o sol nascendo
por detrás das espigas de milho
e os insetos comendo caviar
A partir de agora começo a postar poemas de um menino que sonhava muito, sonhava demais e penso que muito tempo depois continua igualzinho, pelo menos neste sentido!
É um conjunto de poemas escritos em grande parte na adolescencia para serem letras de rock'n roll do grupo que seria, se tivesse existido, a maior banda de rock do Brasil...quiça do mundo...rs.
Os quase famosos "Ratos de Rua" formado pelo meu grande amigo Marcos Henkel e por mim mesmo...claro.
Uma espécie de Lennon&Mcartney que não sabiam tocar nenhum instrumento. Pena, o mundo deve ter perdido uma grande oportunidade...coisas da vida...
Mas vamos a eles...
Vamos chama-los de "Ratos de Rua Greatest Hits"
É um conjunto de poemas escritos em grande parte na adolescencia para serem letras de rock'n roll do grupo que seria, se tivesse existido, a maior banda de rock do Brasil...quiça do mundo...rs.
Os quase famosos "Ratos de Rua" formado pelo meu grande amigo Marcos Henkel e por mim mesmo...claro.
Uma espécie de Lennon&Mcartney que não sabiam tocar nenhum instrumento. Pena, o mundo deve ter perdido uma grande oportunidade...coisas da vida...
Mas vamos a eles...
Vamos chama-los de "Ratos de Rua Greatest Hits"
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