sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Sorriso de Primavera (pauloPioner)
(escrito a partir da visualização de uma foto)
e era assim,
um sorriso,
como fosse a própria primavera,
como um sol que nascesse lentamente
e fosse filmando as ultimas gotas de orvalho em movimento,
entre a folha que a gerou,
e a terra que a acolherá,
instante único,
como todo instante o é,
flagrante de vida,
imagem da própria magia,
um sorriso que trazia a luz,
toda a luz,
de quantos sóis houvessem existido,
de quanta luz pudesse ser inventada,
imaginada ou criada,
de olhos claros de um ser que não fosse,
de um existir sem existência,
de tudo que escorresse pela mão,
de quem escreve o dia,
desenha a vida,
e pinta as paisagens ensolaradas de primavera,
um sorriso com a sinceridade divina do inalcançavel,
do verso puro e apaixonado de um adolescente,
descobrindo a descoberta,
das portas iluminadas que levam a felicidade,
apenas um sorriso,
mas que continha em sí,
o grande e único motivo,
um sorriso apenas,
mas que só poderia ter nascido na primavera,
para espalhar-se pelas estações,
colorir invernos,
amenizar verões,
e andar de mãos dadas com o outono,
e cobrir tudo com esse manto encantado
que é o amor,
em seu estado puro,
intocado pela mesquinhez humana,
amor como só poderia ser sentido,
pelos corações, todos,
que unissem seus batimentos em um uníssono,
pelas mãos que juntassem pele e pele,
de todos os habitantes da terra,
numa corrente de energia que brilhasse de tal forma,
com tal intensidade,
que só num sorriso como esse,
pudéssemos experimentar,
um simples e maravilhoso,
sorriso de primavera

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