Sorriso de Primavera (pauloPioner)
(escrito a partir da visualização de uma foto)
e era assim,
um sorriso,
como fosse a própria primavera,
como um sol que nascesse lentamente
e fosse filmando as ultimas gotas de orvalho em movimento,
entre a folha que a gerou,
e a terra que a acolherá,
instante único,
como todo instante o é,
flagrante de vida,
imagem da própria magia,
um sorriso que trazia a luz,
toda a luz,
de quantos sóis houvessem existido,
de quanta luz pudesse ser inventada,
imaginada ou criada,
de olhos claros de um ser que não fosse,
de um existir sem existência,
de tudo que escorresse pela mão,
de quem escreve o dia,
desenha a vida,
e pinta as paisagens ensolaradas de primavera,
um sorriso com a sinceridade divina do inalcançavel,
do verso puro e apaixonado de um adolescente,
descobrindo a descoberta,
das portas iluminadas que levam a felicidade,
apenas um sorriso,
mas que continha em sí,
o grande e único motivo,
um sorriso apenas,
mas que só poderia ter nascido na primavera,
para espalhar-se pelas estações,
colorir invernos,
amenizar verões,
e andar de mãos dadas com o outono,
e cobrir tudo com esse manto encantado
que é o amor,
em seu estado puro,
intocado pela mesquinhez humana,
amor como só poderia ser sentido,
pelos corações, todos,
que unissem seus batimentos em um uníssono,
pelas mãos que juntassem pele e pele,
de todos os habitantes da terra,
numa corrente de energia que brilhasse de tal forma,
com tal intensidade,
que só num sorriso como esse,
pudéssemos experimentar,
um simples e maravilhoso,
sorriso de primavera
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Uma Mulher (pauloPioner)
e era uma mulher assim,
como todas,
e era uma mulher assim,
como nenhuma,
trazia em sí todos os sonhos,
trazia em sí todos os pesadelos,
como talvez tragam todas as mulheres...
que sei?
só sei que tinha os olhos lindos,
verdes como a Amazônia inteira,
um sorriso inigualável,
sorriso de inaugurar primaveras,
tinha os lábios doces e suculentos,
como um pêssego maduro,
tinha sonhos irrealizados e doidos,
desejos secretos represados,
a sua beleza era pura e singular,
de tantas varias nuances de flores,
o viço selvagem e entusiasmado,
o mistério poderoso da felina,
a coragem e a determinação,
a mística da fêmea resoluta,
e era frágil e carente,
forte e apaixonada,
como só uma mãe sabe ser,
e tinha o corpo quente e macio,
a chama das fogueiras de São João,
e era malucamente maravilhosa,
louca, intensa e arteira,
trazia a emoção do primeiro beijo,
da sempre primeira namorada,
e era a musa de todas as canções,
pois todo verso do poeta,
é sempre pra sua amada,
e todas as mulheres numa só,
como só ela soube ser,
que aprendeu acender o sol,
pra fazer o dia amanhecer
e era uma mulher assim,
como todas,
e era uma mulher assim,
como nenhuma,
trazia em sí todos os sonhos,
trazia em sí todos os pesadelos,
como talvez tragam todas as mulheres...
que sei?
só sei que tinha os olhos lindos,
verdes como a Amazônia inteira,
um sorriso inigualável,
sorriso de inaugurar primaveras,
tinha os lábios doces e suculentos,
como um pêssego maduro,
tinha sonhos irrealizados e doidos,
desejos secretos represados,
a sua beleza era pura e singular,
de tantas varias nuances de flores,
o viço selvagem e entusiasmado,
o mistério poderoso da felina,
a coragem e a determinação,
a mística da fêmea resoluta,
e era frágil e carente,
forte e apaixonada,
como só uma mãe sabe ser,
e tinha o corpo quente e macio,
a chama das fogueiras de São João,
e era malucamente maravilhosa,
louca, intensa e arteira,
trazia a emoção do primeiro beijo,
da sempre primeira namorada,
e era a musa de todas as canções,
pois todo verso do poeta,
é sempre pra sua amada,
e todas as mulheres numa só,
como só ela soube ser,
que aprendeu acender o sol,
pra fazer o dia amanhecer
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
o mundo não é perfeito
ou talvez seja
e não entendamos
que tudo acaba sendo como é
o controle nunca esta em nossas mãos
para que se some de um lado
no outro tem que subtrair
a lei do universo é assim
tudo esta aqui desde sempre
nada se cria, tudo se transforma
"e isso não é bom nem mau"
a idéia da culpa vem da moral cristã
é algo inventado
e não nos cabe alimenta-la
toda manhã é um risco
e o risco acaba por justificar a vida
pois toda manhã é um novo sol
toda manhã é um novo dia
toda escolha gera uma consequencia
e toda vinda tem ida
a dor, por muitas vezes, é inevitável
mas cabe a nós não cultivarmos o sofrimento
pois nascemos para muito mais
o que hoje é uma montanha
amanhã será apenas pó
é preciso aprender
e apreender dentro de nós
que as dores do mundo
não são nossa responsabilidade
e não são as nossas costas
que devem carrega-las
somos tudo e somos nada
somos o início e o fim da estrada
nos cabe sermos justos
primeiro conosco mesmo
e fazermos tudo
sempre com a mais pura intenção
se assim for feito
nossa alma se tornará leve
e não restará dor alguma no coração
ou talvez seja
e não entendamos
que tudo acaba sendo como é
o controle nunca esta em nossas mãos
para que se some de um lado
no outro tem que subtrair
a lei do universo é assim
tudo esta aqui desde sempre
nada se cria, tudo se transforma
"e isso não é bom nem mau"
a idéia da culpa vem da moral cristã
é algo inventado
e não nos cabe alimenta-la
toda manhã é um risco
e o risco acaba por justificar a vida
pois toda manhã é um novo sol
toda manhã é um novo dia
toda escolha gera uma consequencia
e toda vinda tem ida
a dor, por muitas vezes, é inevitável
mas cabe a nós não cultivarmos o sofrimento
pois nascemos para muito mais
o que hoje é uma montanha
amanhã será apenas pó
é preciso aprender
e apreender dentro de nós
que as dores do mundo
não são nossa responsabilidade
e não são as nossas costas
que devem carrega-las
somos tudo e somos nada
somos o início e o fim da estrada
nos cabe sermos justos
primeiro conosco mesmo
e fazermos tudo
sempre com a mais pura intenção
se assim for feito
nossa alma se tornará leve
e não restará dor alguma no coração
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
um dia o inferno congelou
o sertão virou-se em mar
e o mar virou sertão
no dia choveu pra cima
e sequer molhou o chão
o céu pisou na terra
garcia prendeu o zorro
eu cheguei ao horizonte
o abismo se fez ponte
a onipotência pediu socorro
"foi no dia que o porto partiu
e o alvo procurou a seta"
toquei a estrela com a mão
e vivi mais de mil anos
sem bater o coração
a história foi assim mesmo
quem quiser que conte aos seus
muita gente ainda duvida
mas já vi de tudo nesta vida
até milagre sem deus
tudo isso foi por causa
de um sorriso inebriante
quase paixão infinita
proximidade distante
e a esperança mais bonita
o sertão virou-se em mar
e o mar virou sertão
no dia choveu pra cima
e sequer molhou o chão
o céu pisou na terra
garcia prendeu o zorro
eu cheguei ao horizonte
o abismo se fez ponte
a onipotência pediu socorro
"foi no dia que o porto partiu
e o alvo procurou a seta"
toquei a estrela com a mão
e vivi mais de mil anos
sem bater o coração
a história foi assim mesmo
quem quiser que conte aos seus
muita gente ainda duvida
mas já vi de tudo nesta vida
até milagre sem deus
tudo isso foi por causa
de um sorriso inebriante
quase paixão infinita
proximidade distante
e a esperança mais bonita
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
... eu ontem olhei a estrela
e ela olhou pra mim
então vi naquele brilho
teu amor, sem fim
ela refletiu a mata
e fez-se de outra cor
então vi naquele olhar
o tom do teu amor
eu beijei a luz da estrela
e foi como num lampejo
acho que minha boca
foi encontrar o teu beijo
fiquei ali a noite toda
abrigado pelo luar
amando aquela estrela
e ela, a me amar
adormeci no seu colo
sonhei o que ela sonhou
e antes que o sol raiasse
um beijo, me acordou ...
e ela olhou pra mim
então vi naquele brilho
teu amor, sem fim
ela refletiu a mata
e fez-se de outra cor
então vi naquele olhar
o tom do teu amor
eu beijei a luz da estrela
e foi como num lampejo
acho que minha boca
foi encontrar o teu beijo
fiquei ali a noite toda
abrigado pelo luar
amando aquela estrela
e ela, a me amar
adormeci no seu colo
sonhei o que ela sonhou
e antes que o sol raiasse
um beijo, me acordou ...
domingo, 9 de fevereiro de 2014
sábado, 8 de fevereiro de 2014
Eu conheci um menino,
a infância brincando sozinho,
quase não tinha amigos,
andava só pelo caminho.
De casa pra escola,
da escola pra casa,
seus pais não o deixavam sair,
era um pássaro sem asa.
Então criava seu mundo,
no quintal de onde morava,
com pedaços de pedra,
de tudo um pouco inventava,
eram mocinhos, indios, bandidos,
soldados e cavalos galantes,
fazia estádios e circos,
com galho seco e barbante.
Jogava futebol sendo os dois times
no corredor lateral de entrada,
menino de portão pra dentro,
olhava de longe a estrada,
E desse jeito foi crescendo,
um dia seu pai foi embora,
ficou ele e sua mãe,
sem casa, sem renda, e agora?
De casa em casa de parentes
de mala e cuia, cuia e mala,
ele não podia deixar de ouvir,
as conversas que vinham da sala,
pra sua mãe dar um jeito,
de arrumar onde morar,
sem outra opção, muito cedo,
começou a trabalhar.
Sua mãe só tinha a ele,
toda responsabilidade,
na escola era o esquisito,
um a mais nessa cidade.
Pouco a pouco criou escudos,
uma couraça como defesa,
pouco dinheiro, tudo controlado,
pra não faltar o que por à mesa.
A opção era pelo seguro,
não tinha direito a sonhar,
mesmo assim sonhava muito,
mas não podia realizar,
sempre adiando o futuro,
em nome da sobrevivência,
cuidar bem de sua mãe,
era a sua incumbência.
Assim transcorreu a vida,
quase nunca dizendo não,
cedendo sempre a sua parte,
adiando planos e ação.
Com o tempo a couraça
se tornou invulnerável
e ele fazia de conta
que estava confortável,
que era isso o que queria,
que o resto não importava,
se tornou impenetrável.
Imune aos sentimentos,
não corria riscos por nada,
nada mais o tocava,
nem carícia, nem porrada.
E foi ficando invisível,
a tudo quanto o rodeava,
afastando-se pouco a pouco,
daquilo que ameaçava,
a suposta paz e calma,
no abrigo seguro do casulo,
no mundo perfeito do ovo,
no vazio de sua alma,
até que um dia uma mulher,
em olhos brilhantes e sorriso aberto,
feito um raio explode a couraça,
estilhaça a casca do ovo,
e o casulo despedaça ...
ainda hoje eu vi o menino,
anda de novo por aí ...
ele passou e me disse
"confesso que não vivi"
disse ainda que acredita,
como quem tem o mundo por ver,
que alguém algum dia
"vai me ensinar a viver!"
a infância brincando sozinho,
quase não tinha amigos,
andava só pelo caminho.
De casa pra escola,
da escola pra casa,
seus pais não o deixavam sair,
era um pássaro sem asa.
Então criava seu mundo,
no quintal de onde morava,
com pedaços de pedra,
de tudo um pouco inventava,
eram mocinhos, indios, bandidos,
soldados e cavalos galantes,
fazia estádios e circos,
com galho seco e barbante.
Jogava futebol sendo os dois times
no corredor lateral de entrada,
menino de portão pra dentro,
olhava de longe a estrada,
E desse jeito foi crescendo,
um dia seu pai foi embora,
ficou ele e sua mãe,
sem casa, sem renda, e agora?
De casa em casa de parentes
de mala e cuia, cuia e mala,
ele não podia deixar de ouvir,
as conversas que vinham da sala,
pra sua mãe dar um jeito,
de arrumar onde morar,
sem outra opção, muito cedo,
começou a trabalhar.
Sua mãe só tinha a ele,
toda responsabilidade,
na escola era o esquisito,
um a mais nessa cidade.
Pouco a pouco criou escudos,
uma couraça como defesa,
pouco dinheiro, tudo controlado,
pra não faltar o que por à mesa.
A opção era pelo seguro,
não tinha direito a sonhar,
mesmo assim sonhava muito,
mas não podia realizar,
sempre adiando o futuro,
em nome da sobrevivência,
cuidar bem de sua mãe,
era a sua incumbência.
Assim transcorreu a vida,
quase nunca dizendo não,
cedendo sempre a sua parte,
adiando planos e ação.
Com o tempo a couraça
se tornou invulnerável
e ele fazia de conta
que estava confortável,
que era isso o que queria,
que o resto não importava,
se tornou impenetrável.
Imune aos sentimentos,
não corria riscos por nada,
nada mais o tocava,
nem carícia, nem porrada.
E foi ficando invisível,
a tudo quanto o rodeava,
afastando-se pouco a pouco,
daquilo que ameaçava,
a suposta paz e calma,
no abrigo seguro do casulo,
no mundo perfeito do ovo,
no vazio de sua alma,
até que um dia uma mulher,
em olhos brilhantes e sorriso aberto,
feito um raio explode a couraça,
estilhaça a casca do ovo,
e o casulo despedaça ...
ainda hoje eu vi o menino,
anda de novo por aí ...
ele passou e me disse
"confesso que não vivi"
disse ainda que acredita,
como quem tem o mundo por ver,
que alguém algum dia
"vai me ensinar a viver!"
eu tinha um pássaro branco
que vivera sempre em gaiolas
mas eu queria vê-lo voar livre
queria vê-lo voar alto
conhecer paisagens nunca vistas
sentir sensações nunca visitadas
e deixei a porta do viveiro aberta
para que ele fosse experimentar o azul
para que ele fosse beber o vento
porém em pouco tempo
talvez por falta de costume
de voar em liberdade
acaba em outra gaiola
ah não, meu pássaro branco
não foi pra isso que te deixei ir
se eu soubesse que seria assim
nunca te deixaria não
quero que te quero de volta
pra voltar a viver no meu peito
e habitar o viveiro
que se chama
meu coração
que vivera sempre em gaiolas
mas eu queria vê-lo voar livre
queria vê-lo voar alto
conhecer paisagens nunca vistas
sentir sensações nunca visitadas
e deixei a porta do viveiro aberta
para que ele fosse experimentar o azul
para que ele fosse beber o vento
porém em pouco tempo
talvez por falta de costume
de voar em liberdade
acaba em outra gaiola
ah não, meu pássaro branco
não foi pra isso que te deixei ir
se eu soubesse que seria assim
nunca te deixaria não
quero que te quero de volta
pra voltar a viver no meu peito
e habitar o viveiro
que se chama
meu coração
há coisas que a gente escreve
e leva muito tempo para entender ou para realizar
as vezes ... nem entende, nem realiza
hoje compreendo claramente
o que aquele rapaz dizia
trinta anos atrás
e é incrívelmente presente
A hora é chegada
pois a hora é chegada
de gritar pela vida
de atender o chamado da esperança
de riscar versos pra ti
nos muros, nos sonhos, nos azuis
em qualquer sorriso
em todo lugar
de acoordoar as violas
de acordear pela paz...
desabrochar afinal
flor cálida
abrir-se completamente
em paixão sincera
"sair do ovo
destruir um mundo
voar para deus"
ser em mim, em ti, em todos
finalmente
o que tanto se guardou
de gritar pela vida
de atender o chamado da esperança
de riscar versos pra ti
nos muros, nos sonhos, nos azuis
em qualquer sorriso
em todo lugar
de acoordoar as violas
de acordear pela paz...
desabrochar afinal
flor cálida
abrir-se completamente
em paixão sincera
"sair do ovo
destruir um mundo
voar para deus"
ser em mim, em ti, em todos
finalmente
o que tanto se guardou
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
... no caminho de casa
uma chuva me acompanha faceira
refrescando meu corpo
aliviando minh'alma
só pode ser um bom sinal
mas nem isso me acalma
pois há um gato ensandecido
arranhando meu peito por dentro
um leão enjaulado andando, andando
andando de um lado para o outro
sem parar
rugindo como um chamado
nele eu reconheço minha voz
e desesperadamente te chamo
diga, por favor, que fica
agora que posso dizer que te amo
uma chuva me acompanha faceira
refrescando meu corpo
aliviando minh'alma
só pode ser um bom sinal
mas nem isso me acalma
pois há um gato ensandecido
arranhando meu peito por dentro
um leão enjaulado andando, andando
andando de um lado para o outro
sem parar
rugindo como um chamado
nele eu reconheço minha voz
e desesperadamente te chamo
diga, por favor, que fica
agora que posso dizer que te amo
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
o que é que há meu poeta?
estas ficando velho?
estas ficando frouxo?
não foi isto que escolheste?
agora, aguenta o repuxo
afinal de contas
não és tu "o" gaúcho?
que coisa é esta então?
desse aperto no peito
desse nó na garganta
dessa agonia sem jeito
dessa dor que te imanta
será por acaso afinal
aquela tal de saudade?
estas ficando velho?
estas ficando frouxo?
não foi isto que escolheste?
agora, aguenta o repuxo
afinal de contas
não és tu "o" gaúcho?
que coisa é esta então?
desse aperto no peito
desse nó na garganta
dessa agonia sem jeito
dessa dor que te imanta
será por acaso afinal
aquela tal de saudade?
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
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